Mesmo defendendo aberta e contundentemente que o PSDB lance candidato próprio ao governo do Estado, admitindo inclusive outros nomes além do senador Cássio Cunha Lima, o deputado federal Ruy Carneiro, presidente do partido na Paraíba, deixou no ar ontem que a legenda tem apenas um plano alternativo caso a candidatura própria não prospere: a manutenção da aliança com o PSB do governador Ricardo Coutinho.
“É muito pouco provável”, disse Ruy, durante entrevista ao Conexão Direta desta terça, ao ser questionado sobre a possibilidade do PSDB apoiar um outro candidato da oposição. “Em política, tudo é possível, mas, neste caso, muito improvável. Não acredito”, declarou Ruy. Quem acompanha a postura de Ruy à frente do PSDB paraibano já pôde constatar de há muito que o tucano está longe de considerar absurda, a exemplo do que pensava o senador Cícero Lucena, a relação do partido com a base do governador Ricardo Coutinho.
Arrisque perguntar a Ruy, por exemplo, se o PSDB é oposição ou governo. Ou simplesmente o que ele acha da gestão Ricardo Coutinho. O tucano ficará sobrevoando sobre a coluna do meio nos dois casos. Com isso, ganha tempo para que o partido avalie o cenário até às portas da campanha de 2014 e não desagrada completamente as lideranças da legenda e fora dela.
Somente agindo assim pode alimentar a tese de ser candidato ao Senado da República, algo que fica mais fácil caso o PSDB resolva apenas compor a chapa majoritária do PSB.
Pra não ficar muito na cara, Ruy, que admite publicamente o desejo de disputar vaga ao Senado, já tem resposta pronta para isso: “Meus desejos pessoais não estarão acima dos interesses do PSDB. Nunca ficaram”.
Nada mais comum em política do que infiltrar projetos pessoais nos interesses coletivos, como quem vende refrigerante no meio de uma torcida na geral vestido com a camisa do time.
luis torres
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